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A madeira duvidosa dos prédios de luxo

Publicado em 01 fevereiro 2011   ˑ  2 comentários

 

As empresas

Tecnisa, Stuhlberger e SKR Engenharia.

Perfil

Em pouco mais de três décadas de existência, a Tecnisa já construiu mais de 5 milhões de metros quadrados, entre empreendimentos residenciais e comerciais. Empresa de capital aberto sediada em São Paulo (SP), ela teve lucro líquido de R$ 110 milhões em 2009.

Fundada na década de 1950, também na capital paulista, a Stuhlberger já levantou edifícios nos mais valorizados bairros da cidade. Desde 2007, a empresa tem realizado investimentos em parceria com a Tecnisa, expandindo seu mercado de atuação para Curitiba (PR) e para a Baixada Santista (SP).

A SKR Engenharia atua no mercado imobiliário paulista desde 1985. A partir de 2007, ela e a Cyrela, uma das maiores incorporadoras do país, passaram a atuar em conjunto representadas por uma joint venture.

O problema

Um prédio de luxo da capital paulista – que tem a Tecnisa e a Stuhlberger como investidoras e a SKR como construtora responsável pela obra – utilizou madeira comercializada pela Sulmap. A empresa está envolvida em diversos ilícitos ambientais e sociais, como uso de planos de manejo irregulares e exploração ilegal de toras em terra indígena.

O caso

A Sulmap é controlada pelo Grupo Sincol, uma das maiores companhias do setor madeireiro no país. A corporação conta com 1,7 mil funcionários e produz principalmente portas e esquadrias, abastecendo o mercado nacional e exportando para América do Norte, União Européia e Oriente Médio. Também possui marcas próprias de portas, como Silentia, Sinkit, Indoor e Corta Fogo. O Grupo Sincol detém o selo da Forest Stewardship Council (FSC), a mais conhecida certificadora de madeira do planeta. Possui tanto áreas de manejo quanto produtos certificados, mas que não se aplicam à Sulmap. Porém, em acordo com as diretrizes do FSC, o grupo “reconhece que deverá ter uma mesma política em todas as unidades de manejo sob sua administração, mesmo aquelas que não estão abrangidas no escopo do certificado”.

Apesar de ter assumido esses compromissos ambientais, a madeireira Sulmap é acusada pelo Ministério Público Federal de envolvimento em grilagem de terras, uso de planos de manejo ilícitos e invasão de terra indígena em Colniza (MT). O local é palco de violentos conflitos fundiários e a madeireira é acusada de incentivar atividades de associação de agricultores para expulsar os índios do território. Além disso, a Sulmap consta da lista de embargos do Ibama. Desde 2006, o órgão interditou a exploração de uma área equivalente a 753 campos de futebol no município de Vera (MT) por conta de desmatamento de vegetação amazônica nativa em área de reserva legal.

Em 2009, a Sulmap forneceu produtos beneficiados de madeira para a construção de um prédio de luxo – o Sollo Vila Romana – localizado na Vila Romana, bairro nobre de São Paulo (SP). A incorporação do edifício é de responsabilidade da Fábia Empreendimento Imobiliário, uma sociedade de propósito específico com capital das construtoras Stuhlberger e Tecnisa. A obra é tocada pela SKR Engenharia.

Vale lembrar que, no primeiro estudo lançado pelo “Conexões Sustentáveis São Paulo – Amazônia” em 2008, a Sulmap já estava envolvida em irregularidades ambientais e, por essa razão, havia sido mencionada como fornecedora de madeira para outras construtoras que atuam na capital paulista.

Relação com o consumidor paulistano

As construtoras atuam diretamente no mercado imobiliário da capital paulista, como na construção do empreendimento de luxo Sollo Vila Romana.

O que dizem as empresas

A assessoria de comunicação da Tecnisa afirmou que a empresa não tem responsabilidade sobre as obras do Sollo Vila Romana, pois a participação da construtora estaria restrita “à parte de investimento de capital”.

Assim como a Tecnisa, a direção da Stuhlberger também afirmou que “tem sua participação na Fábia Empreendimentos Imobiliários SPE Ltda como investidora” apenas.

Já o engenheiro da SKR responsável pela obra do Sollo Vila Romana emitiu nota manifestando “surpresa” e “desconhecimento” sobre os problemas socioambientais relacionados à Sulmap. O funcionário da empresa também afirmou que os produtos de madeira adquiridos para a obra teriam sido acompanhados das devidas notas fiscais e guias florestais. “Acreditamos desta forma, que cumprimos todas as formalidades legais necessárias para evitar a compra de madeira ilegal (tendo em vista todos os documentos apresentados)”.

Anexo

Clique aqui para acessar um PDF com a íntegra do posicionamento das empresas.




2 comentários

  1. 63. Vivendo em São Paulo, destruindo a Amazônia | Simplesmente escreveu:
    28/02/2011 em 11:54

    […] Madeira de desmatamento na Amazônia vai parar em prédios de luxo paulistanos http://reporterbrasil.org.br/conexoes/?p=231 […]

    Responder
  2. Pesquisa rastreia mais cadeias com problemas socioambientais | Uniao Campo Cidade e Floresta escreveu:
    12/03/2011 em 8:12

    […] e Caramuru. No ramo da madeira, são citadas as moveleiras Bartira e Santos Andirá, além de Tecnisa, Stuhlberger, SKR Engenharia e W. Bertolo (todas da área de construção civil), […]

    Responder

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