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Ouro em grão, desmatamento ilegal

Publicado em 01 fevereiro 2011   ˑ  1 comentário

 

As empresas

Noble Group e Caramuru.

Perfil

Criada em Hong Kong há duas décadas, o Noble Group tem suas operações no Brasil sediadas em São Paulo (SP). É uma das principais corporações do mundo no mercado de commodities agrícolas e minerais. Só no primeiro semestre de 2010, seu faturamento chegou a US$ 24 bilhões. O Noble Group tem cerca de 150 escritórios e plantas industriais espalhados por 38 países de cinco continentes, empregando mais de 11 mil pessoas. No Brasil, além de investir no segmento da soja, também tem ativos na produção de etanol.

Fundada em 1964, em Maringá (PR), a Caramuru é o maior grupo de capital nacional no setor de processamento de soja, milho, girassol e canola. Em 2009, seu faturamento chegou a R$ 2,2 bilhões – só no “complexo soja”, o grupo industrializou mais de 32 milhões de toneladas e exportou um montante de US$ 462 milhões. As empresas ligadas à Caramuru empregam 2,5 mil funcionários e estão instaladas nos estados de Goiás, Paraná, Mato Grosso e São Paulo.

O problema

As empresas adquiriram soja de Lenoir Bachinski, produtor incluído na lista dos 100 maiores desmatadores da Amazônia.

O caso

Lenoir Bachinski é produtor de soja no estado do Mato Grosso. Desde julho de 2008, uma área de 2,6 mil hectares de sua Fazenda Cascavel, localizada no município de Claudia (MT), está embargada devido à exploração ilegal de vegetação nativa. A imensa área devastada levou Lenoir Bachinski a figurar na posição de número 52 na lista dos 100 maiores desmatadores da Amazônia, divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), em 2008. Ele também foi multado pelo órgão ambiental em um valor superior a R$ 800 mil.

Apesar desses problemas, a unidade industrial de Sorriso (MT) do Noble Group adquiriu, em 2009, soja deste produtor. Já a unidade da Caramuru também localizada no município de Sorriso fez negócios com Lenoir Bachinski em junho de 2010.

Relação com o consumidor paulistano

O Noble Group tem sua sede instalada em São Paulo (SP). Já a Caramuru produz as marcas de alimentos Sinhá e Equivita, encontradas em alguns supermercados de pequeno porte da capital paulista.

O que dizem as empresas

Por telefone, um dos diretores do Noble Group no Brasil, Oséas Oliveira, apenas informou a um pesquisador do Conexões Sustentáveis São Paulo – Amazônia que a empresa jamais havia feito qualquer negócio com o produtor Lenoir Bachinski. Porém, o mesmo diretor se recusou a enviar uma resposta por escrito que documentasse oficialmente a posição da empresa.

A direção da Caramuru, por sua vez, afirmou que o produtor Lenoir Bachinski “não faz parte do rol de clientes tradicionais da empresa” e “que, se for caso, se compromete a não adquirir mais produtos do mesmo”. Além disso, a Caramuru enviou cópia de uma escritura declaratória, registrada em cartório pelo próprio Lenoir Bachinski, na qual ele declara que não comercializará com a empresa a soja cultivada na área embargada de sua propriedade.

É importante ressalvar que a soja vendida pelo produtor ao Noble Group e à Caramuru era proveniente de uma fazenda localizada em União do Sul (MT), município vizinho ao de Cláudia, onde se encontra a fazenda que aparece na lista de áreas embargadas pelo Ibama. No entanto, os pactos empresariais do Conexões Sustentáveis defendem que as restrições comerciais devem ser aplicadas não somente à área objeto de embargo, mas a todos os empreendimentos do produtor cujo nome figura da lista do Ibama.




1 comentário

  1. Pesquisa rastreia mais cadeias com problemas socioambientais | Uniao Campo Cidade e Floresta escreveu:
    12/03/2011 em 8:12

    […] e Cargill (também em dois casos, aqui e aqui), Multigrain, Company, ADM do Brasil, Louis Dreyfus, Noble Group e Caramuru. No ramo da madeira, são citadas as moveleiras Bartira e Santos Andirá, além de […]

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